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Editoriais sobre as condições objetivas e subjetivas da situação política internacional e sua influência no Brasil

Aquece a preparação da Greve Geral contra as medidas golpistas

Motivo é o que não falta para uma greve geral que coloque um freio no interventor dos EUA que ocupa a cadeira presidencial. Mas a crise não atinge só o governo, todas as instituições tremem de medo e se defendem do povo com o chicote na mão: 
A equipe do exército ‘brasileiro’, que fuzilou Evaldo Santos Rosa e Luciano Macedo é liberada pelo Supremo Tribunal Militar, ainda que uma juiza aponte manipulação de provas
A Vale do Rio Doce tem mais uma barragem ameaçada de desabar em Minas, demonstrando a total omissão dos órgãos de fiscalização contra essa ex-estatal, que vem batendo recordes de destruição de recursos naturais. A forma de exploração da Vale é predatória, muito diferente de quando era uma empresa estatal, essa forma predatória é consequência direta da privatização;
A FIOCRUZ responde a recente censura da administração intervencionista acerca da pesquisa sobre drogas. Esta não é a única tentativa de censura contra a FIOCRUZ;
A Advocacia Geral da União(AGU) tenta coibir a livre manifestação de professores em sala de aula com o uso da polícia, o que é uma ameaça de prisão aos professores, mas deixa livre o dono do Havan para praticar assédio contra seus empregados, que mesmo condenado e ainda cabendo recurso, pagará irrisórios 500 mil reais;
Metalúrgicos de Taubaté são reprimidos pela PM e Guarda Municipal quando estavam chegando para a sua assembléia onde iriam discutir a Participação nos Lucros(PLR);
A repressão é necessária quando as medidas do ‘governo’ são medidas como o fim da gratuidade no SUS, quando a política econômica pós-golpe eleva o desemprego a níveis recorde. 
Bolsonaro sabe que precisa reprimir, pois a insatisfação popular está aumentando com a piora das condições  vida, é por isso que moblizações ganham as ruas e tendem a desembocar na greve geral do dia 14 de junho. Uma grande mobilização dos trabalhadores é necessária para estancar essa marcha à barbárie e, para isso, as organizações dos trabalhadores têm um lugar central. E a mais importante organização dos trabalhadores no Brasil é justamente o Partido dos Trabalhaores. 

A Executiva Nacional do PT em uma recente resolução enumerou as medidas de Bolsonaro nesses cinco meses: ‘Não há como escamotear a desastrosa realidade política, econômica e social do país:
  • A economia caminha para a depressão, provocada pelo austericídio de Paulo Guedes e confirmada pelos sucessivos cortes nas projeções do PIB feitas pelas instituições multilaterais, o mercado e o próprio governo;
  • O custo de vida para a população mais pobre supera em muito os índices de inflação, puxado pela alta do preço dos combustíveis, que deixam de ser fabricados no Brasil para favorecer os produtores dos Estados Unidos;
  • Mais de 20% da população, de acordo com o IBGE, teve de substituir o gás de cozinha por lenha, carvão e até álcool, diante da criminosa política de preços da Petrobras.
  • O desemprego crescente atinge 13,4 milhões de pessoas (taxa de 12,7%). Só até abril, mais de 1,2 milhão perderam o emprego este ano. Já são 28,3 milhões os que não têm ocupação, estão subempregados, fazendo bicos ou simplesmente desistiram de buscar emprego formal;
  • Os serviços públicos de saúde, educação, segurança e as políticas sociais passam por gravíssima crise, em consequência de uma política de cortes que agrava ainda mais os efeitos perversos da emenda que estabeleceu o teto dos gastos;
  • A soberania nacional foi substituída pela submissão total aos Estados Unidos, envergonhando o Brasil diante de seu povo e da comunidade internacional. A entrega da Base de Alcântara, o abandono do Mercosul, o repúdio à Unasul, o alinhamento à política externa de Donald Trump, o abandono das prerrogativas da OMC e a venda da estratégica Embraer à Boeing são alguns dos danos reais causados ao país por um presidente que bate continência à bandeira norte-americana;
  • O patrimônio nacional está sendo entregue a interesses de fora do país; do pré-sal e das subsidiárias da Petrobras às minas de urânio. Os bancos públicos são esvaziados para que sejam privatizados a preço vil;
  • O desmatamento da Amazônia e de outros ecossistemas bate recordes, ao mesmo tempo em que o governo promove a farra da liberação de venenos agrotóxicos;
  • Os indígenas, os sem-terra, os negros, a população LGBTI, as mulheres, os moradores de favelas e bairros pobres, os mais vulneráveis sofrem com a supressão de políticas protetoras, a repressão e o estímulo ao preconceito e à violência por parte do governo;
  • O Brasil voltou ao Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas."
A resolução conclui com a posição central da defesa de Lula ‘Não há saída para a crise nacional sem Lula Livre e sem um governo legitimado pela soberania popular que volte a promover o crescimento com inclusão social.’ e apoia a convocação da greve geral do dia 14. A resolução aprovada é o caminho que permite avançarmos, sem ilusões que uma substituição de Bolsonaro por algum outro golpista possa servir de alento para o povo. O PT, vítima de um Golpe de Estado,  nunca perdeu o legítimo direito de governar. Participar da farsa das eleições que se realizaram com o favorito impedido de concorrer não legitimou uma ordem institucional que apodrece diante dos olhos do povo, ao contrário, mostrou que o anti-petismo é um cancer e que o PT é a grande força popular deste país.
A luta pela liberdade de Lula se coloca como a principal bandeira política do país, que somada às lutas parciais em defesa da educação e das aposentadorias pode mudar a correlação de forças no país. Mas as reações contra a presença de bandeiras Lula Livre nos atos e manifestações também pipocam: da direita, do centro e da esquerda os mesmos anti-petistas de sempre acusam o PT de tentar impor esta bandeira ao movimento de massas. A verdade é que aqueles que estão nas ruas defendendo da educação estão eles mesmos passando por medidas de perseguição política em suas escolas e universidades. Então quem não está associando a luta em defesa da educação com a luta contra a perseguição política não está apenas não defendendo Lula, mas não está defendendo nenhum manifestante. Esta pressão, no entanto, é real e explica a timidez ainda das colunas Lula Livre nos atos da educação.  Mas a campanha Lula Livre se desenvolve com suas próprias forças. No último dia 2 de junho, São Paulo foi palco de um importante Festival de arte e cutura em defesa da liberdade do presidente favorito encarcerado injustamente. A partir do Rio de Janeiro está sendo organizada uma caravana a Curitiba no fim de semana de 19 de junho em defesa de Lula e de Zé Dirceu. A luta em defesa dos perseguidos políticos tem todo o seu lugar e tende a crescer com as massas em ascensão. 


A crise econômica abre a perspectiva da barbárie

O fechamento do regime no Brasil corresponde a uma tendência mundial. 
Os sintomas de super exploração já não podem mais ser escamoteados e levam a uma grande insatisfação que é combatida com mais repressão e maior sofisticação dos instrumentos de aumento da produtividade gerando ciclos de abusos cada vez mais intoleraveis. A sindrome de Bournet passar a ser uma doença reconhecida mostra que as novas teconologias da Revolução Industrial 4.0 não estão sendo usadas em favor da maioria da população, ao contrário, são a desculpa perfeita para aumentar a exploração. A primeira consequência da ''Revolução'' Industrial que dizem estar acontecendo é a forte desregulamentação trabalhista, como nos trabalhadores de aplicativo. Estes trabalhadores, além de serem obrigados a usar suas próprias ferramentas, não possuem jornada de trabalho regulamentada, férias ou qualquer outra proteção social. O caldeirão ferve. A fonte de toda riqueza continua a ser o trabalho humano. São as horas de trabalho humano gratuito que concentram todas as disputas. E os meios se sofisticam para se apropriar do trabalho gratuito. Marcas famosas possuem milhões de fotografias de seus produtos nas redes sociais de seus fãs mostrando o avançado uso de técnicas de tercerização gratuita até mesmo das tarefas de propaganda e divulgação. E não é nada diferente disso o que querem; que trabalhemos de graça, quanto mais horas melhor. 
A disputa pela mais-valia é tão intensa mundialmente que já entramos em guerra econômica. A guerra comercial entre EUA e China, por conta da tecnologia 5G, outra inovação da suposta 'revolução' industrial 4.0, é pivô da disputa em que os EUA acusa a China de espionagem via a tecnologia do celulares. A essa acusação o Partido Comunista Chinês responde com um texto em que defende o direito da China em desenvolver tecnologias e acusa corretamente os EUA de espionar o mundo todo.

É neste cenário que a União Européia, cujo significado que vemos nas eleições publicaremos em breve, reprime ondas migratórias causadas pelas guerras no Oriente Médio. O imperialismo é uma máquina de matar. Uma recente vítima foi Kameleddine Fekhar, há 56 dias em greve de fome contra sua prisão injusta, que faleceu nas prisões argelinas. Prisões estas que também encarceram Louisa Hanoune, presidenta do PT argelino, cuja defesa recebeu o importante reforço de Lula. A ONU, fazendo por merecer a alcunha de caverna dos bandidos, dada por Lenin a sua antecessora, a antiga Liga das Nações, faz um apelo pela paz e ao respeito aos interesses do povo, sem citar os presos e a morte de Dr. Fekhar, o que começa a esclarecer o papel dos EUA nessa crise.

O imperialismo ataca os trabalhadores de forma cada vez mais aberta e clara porque não tem outra alternativa. A taxa de lucro de suas empresas desaba há quase uma década e mesmo antes da crise de 2008 já estava sendo sustentada por meios parasitários. O desfile de barbaridades e alusões aos piores momentos da história da humanidade não é fruto apenas de uma época estranha.  Mas, marcado pela queda da taxa de lucro cuja tendencia constitui numa das contradições insoluveis para o Capital, o sistema agonizante não pode mais conter seus monstros. A marcha para a guerra já começou e cada vez fica mais evidente que para salvar o planeta vai ter que se optar pelo fim do regime da propriedade privada dos meios de produção. 






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