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Editoriais sobre as condições objetivas e subjetivas da situação política internacional e sua influência no Brasil

Malu Aires com a palavra



Malu Aires, atriz, cantora e mídia-ativista, foi uma das primeiras vozes a se levantar pela anulação do impeachment fraudado de Dilma. Sua intuição tem se mantido atenta a cada novo passo de aprofundamento do Golpe que causa a desgraça de nosso povo. Malu foi também uma das principais organizadoras do movimento internacional pela anulação do golpe, que, de conjunto, arrecadou mais de 100 mil assinaturas em apoio ao mandado de segurança impetrado por Dilma contra a fraude que foi vítima. Reproduzimos aqui, com a licença da querida autora, o texto visceral que publicou em suas redes sociais esta semana, no qual, com sensibilidade ímpar, aponta o derretimento da democracia e da justiça no interior das atuais instituições. 
Com a palavra, Malu: 

Uma coisa é você saber, enxergar, até apontar indícios e provas de que há abuso, conluio e ilegalidades. Outra, é ver o funcionamento, de dentro.
Fomos adicionados nos grupos de telegram do MPF brasileiro e o que estamos vendo, é de virar o estômago.
Quando a corrupção atinge instituições de justiça, não há o que ser tentado no campo político.
"Em nome da Lei", "Em nome da honestidade", "Em nome da Força", "Em nome do Abuso" e (no mais avançado estágio de decomposição institucional) "Contra os Direitos Humanos", a Lava Jato traçava um caminho que todo mundo sabia onde iria dar.
Num Bolsonaro. Sim... Aquele que esperava Lula com rojões, em Curitiba, ainda em 2016.

Na primeira tentativa de Moro sequestrar Lula, sem provas e (pasmem), sem processo, sem investigação, sem comunicação com advogados de Lula, sem pedido formal de transferência à Curitiba, o CNJ não estava funcionando perfeitamente. Horas depois deste episódio, quando Moro vendeu os áudios ilegais à Globo, o CNJ, a Corregedoria-geral do MPF não estavam funcionando perfeitamente.
Consequentemente, a PF não estava funcionando perfeitamente, o MPF não funcionava corretamente, o STF não funcionava corretamente.

Assim, consequentemente, o TSE não funcionava corretamente e, aquele mesmo miliciano que ficou com cara de tacho, esperando Lula em Curitiba, foi agraciado com a eleição mais fajuta, desde o primeiro voto direto e popular, no Brasil. 
Bolsonaro é um nome a lápis, na História. Será apagado com borracha. Quais motivos e forças ficarão pra História, na expulsão dessa fraude da Presidência da República do Brasil, é cedo saber.
Antes de termos acesso aos grupos de telegram da Lava Jato, já tínhamos acesso à gravações de conversas íntimas, em Brasília. Nelas, ficava provado que, com STF, com tudo, cimentariam o jardim democrático e construiriam uma "Ponte para o Futuro". Agora, foi mostrado ao mundo, que a tal "Ponte" foi construída com madeira da floresta amazônica.

Áudios publicados pelo Intercept provam que as Instituições no Brasil não funcionam corretamente. Não por incompetência, amadorismo mas, por corrupção institucional.
Os primeiros corruptos do Brasil Império formaram seus filhos advogados e juízes. E assim vem sendo.
Com a inclusão social de pobres nas universidades, o monopólio secular estava ameaçado.

A Laja Jato é a teta do bolsonarismo.
A presença de Moro ao lado de Bolsonaro, garantindo todo tipo de abuso, blindagem, invasão, é imagem mais comprometedora que a autopromoção do outdoor.

Temer deu medalha a Moro, assim que deram o golpe. Bolsonaro e Temer tinham a mesma base política-evangélica, no Rio. A intervenção no Rio, com soldados matando morador e criança em porta de colégio, começou com Temer.
Esse conluio da Lava Jato para destruir tudo, é antigo.
Agora, a relação íntima entre Macron e Bolsonaro será mais focada que a matança na Amazônia.
Matança que Sérgio Moro acompanhou, com a atuação dos patrocinadores do "Dia do Fogo", em apoio à Lava Jato e Bolsonaro.

Tudo tão ligado, como aqueles atores que defendiam a Amazônia na passeata do Rio e os que atiravam pedras de gelo, nos artistas, em Gramado.
Nossas atenções são jogadas, o todo tempo, pra todas as direções que nos desviem de Lula. E, desviar a atenção a Lula, é desviar a atenção sobre os crimes contra os Direitos Humanos, cometidos no Brasil.
Entre os crimes contra os Direitos Humanos, está a privação do indivíduo a um processo eleitoral justo.
Atuaram contra os Direitos Humanos de Lula, para poderem atuar contra os direitos humanos de todos os brasileiros.

Com tanto fogo e fumaça, o Intercept perdeu a força de foco, nas últimas semanas. Isso também está ligado ao processo de ressignificação do golpe. Do golpe que começou para levar 2018, na mão grande.
Com tanta informação a cada publicação nova do Intercept, muitas pistas ficam perdidas.
No processo contra Lula, há notas fiscais de empresas de Curitiba que, segundo o MPF (sabido corrupto), seriam de serviços prestados a 474 km de distância.
O outdoor da Lava Jato estava em nome de um "laranja". Foi encomendado por um procurador da República, usando documentos falsos de um cidadão curitibano.
As publicações de hoje revelam algo mais chocante que os áudios - a Lava Jato fraudava notas, documentos, confissões, denúncias...
O processo do Lula já deveria ter sido anulado, antes de incendiarem os bichos na Amazônia.
Onde o Direito Humano é debochado, o Meio Ambiente é devastado.

O monumento da Lava Jato vai sair, Ladranhol pode ficar tranquilo. Vai representar um falocentrismo tosco, ereto de tão mecânico, derrubando todos os Direitos Humanos, incluindo, o da gente ter Direito a ter ar pra respirar, um planeta pra morar. 

Da treta, entre Macron e Bolsonaro, à mesa de jantar da conja, tudo está ligado. É o foco do incêndio que precisa ser sanado.

O incêndio do golpe, com TSE, com tudo, está ESCANCARADO.
O fracasso do golpe foi a escolha Bolsonaro.
Está ESCANCARADO que o Brasil não elegeu um incendiário de tatu e assassino de índio.
O Brasil não é fascista e esse fascista, empurrado pelos banqueiros mundias, através da Lava Jato, principalmente, só cai se todo o golpe cair.

Antes que os EUA, França, Alemanha, Noruega, pensem em tirar o saco de lixo que colocaram no Brasil, pra colocarem outra carniça pior no lugar, o povo brasileiro tem que colocar essas "potências" no lugar delas. Na responsabilidade que cada uma delas têm no roubo das nossas reservas energéticas, na contaminação das nossa produção alimentar, na geração de miséria e programado colapso social, na exploração desenfreada dos nossos solos, matas, águas.
Os banqueiros estão por trás de tudo. Da Lava Jato ao incêndio na Amazônia.
Contornaram as chamas da indignação popular, trocando ofensas públicas combinadas.
Há mais que um pão francês, uma lata de leite condensado Nestlè e uma BIC, entre França e Bolsonaro.

A foto dos bichos carbonizados é uma homenagem Brasil-UE,  aos serviços prestados pela Lava Jato.
Para "tirar o petê" valeu US$15 trilhões em pré-sal, mais uns trilhões de US$ em monopólio industrial. Outros trilhões de US$ em recursos minerais.
Botar fogo na Amazônia para chegar com milícias estrangeiras pertinho do petróleo venezuelano, não tem nada a ver com "preservação do meio ambiente".
Com Democracia, o povo brasileiro preservava a Amazônia porque sempre entendeu a preservação do território, das espécies, dos povos originários, como preservação da Soberania Nacional.

As instituições brasileiras incendeiam o Brasil inteiro.
Macron mente ao mundo que a culpa é do povo brasileiro.
A culpa é do G7 que encomendou o golpe no Brasil, em troca de petróleo, gás, madeira, água, cidades inteiras sobre minas de ferro, ouro, diamantes... em troca da falência econômica, moral e humana do Brasil.

O que interessa ao G7, Macron, Merkel e todos os banqueiros, é manter Lula preso, enquanto incendeiam toda a América Latina. Enquanto essa gente cínica não matar toda a vida na Terra, toda vida no Atlântico e Pacífico, não sossegarão.

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