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Editoriais sobre as condições objetivas e subjetivas da situação política internacional e sua influência no Brasil

A um passo da guerra

Após o Irã derrubar um drone estadunidense próximo ao Estreito de Ormuz, Trump ordena um ataque à Teerã, mas recua em seguida. A situação mundial quase passou da guerra econômica para a guerra de fato.

Toda guerra, seja ela econômica ou bélica, tem como objetivo a destruição massiva de forças produtivas e alguns economistas já sinalizam que a política de guerra econômica está fazendo a atividade industrial recuar na China, União Européia  e até mesmo nos EUA .

As barreiras adotadas pelas grandes potências ao fluxo de mercadorias no mercado mundial começam a surtir os efeitos pretendidos pelo grande capital na tentativa de conter a crise. Estes resultados indicam que a crise atual não é apenas uma crise de superprodução de capitais fictícios, como as que o capitalismo vem produzindo nas últimas décadas, mas uma crise com fortes elementos de uma crise clássica, a de superprodução de mercadorias na esfera real.
Um forte elemento que deixa claro a necessidade do capital de destruir forças produtivas reais nas últimas décadas, muito além da queima de capitais fictícios, é o fato de que, nos países da OCDE, as classes médias vêm perdendo poder aquisitivo nos últimos 40 anos.

Voltaremos a esse tema no futuro.

Brasil: burguesia dividida sobre Bolsonaro e unida sobre Lula 

A consequência imediata da greve do dia 14 foi a retirada do mecanismo de capitalização da moribunda reforma da previdência do interventor dos EUA que senta na cadeira que deveria ser do Lula. Setores da burguesia nacional se levantam claramente contra Bolsonaro, em especial contra Moro, a lava jato 
 e toda a desindustrialização causada por eles. A lava jato foi claramente uma forma de fragilizar a indústria brasileira, uma primeira etapa da ofensiva econômica do imperialismo dominante que agora fica escancarada em escala global.

Apesar da divisão em setores da burguesia local, refletida também no STF, uma coisa os unifica: a manutenção da prisão de Lula. Não importa o quanto Moro seja desmoralizado, Lula só será liberto por forte mobilização popular e isso fica mais claro a cada dia.
A generalização da perseguição política
Alem de toda a perseguição e repressão relatadas no editorial passado, em especial com o atropelamento de uma professora durante uma manifestação em Niterói, em Campinas um trabalhador foi demitido. Militantes do MST foram presos sem motivos aparente .
Moro, em entrevista a Isto É, sinaliza com perseguição aos jornalistas do The Intercept que coordenam a Vaza Jato. Uma tentativa de endurecimento do regime, que parece não encontrar condições favoráveis para tal, dada a própria divisão nas fileiras golpistas. A derrota do decreto do armamento no Senado é uma mostra de que os setores mais fisiológicos temem que uma radicalização do regime em níveis mais elevados se volte contra eles. Contudo, é consenso entre eles a repressão contra os trabalhadores, tendo como exemplo máximo a prisão de Lula.

Campanha pela Liberdade de Louisa Hanoune
Essa semana a campanha pela liberdade de Louisa Hanoune organizou uma delegação à embaixada da Argélia no DF, e no dia 12/6 o deputado Betão Cuppolillo organizou uma coletiva de imprensa sobre a situação de Louisa . As noticias mais atuais vem do Acordo Internacional dos Trabalhadores e dos Povos , informando que o tribunal argelino resolveu manter Louisa presa. A campanha pela liberdade de Louisa continua e urge ser massificada.

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