Recessão a vista?
A principal economia do mundo parece ter encontrado na China um
competidor a altura e, pela primeira vez desde a segunda guerra mundial, um
país que possui domínio sobre o desenvolvimento de alta tecnologia, além de ser
detentor de uma reserva significativa de terras raras, que servem de
matéria prima fundamental para o desenvolvimento de componentes tecnológicos. O
Estado Chinês investe pesado em inovação e já
assume posições importantes na produção de ciência em escala global. O Plano Made in China 2025
pode colocar o país na liderança de uma economia mundial, atualmente em
frangalhos.
EUA não cederá sua posição
pacificamente
A última vez que aconteceu uma troca no posto de principal economia do imperialismo
foi na segunda guerra mundial, quando EUA tomou a posição da Inglaterra. Trump
aumentou ano passado o investimento em defesa e tenta
tutelar permanentemente o sistema de defesa da UE. Mais uma pequena indicação
de que a opção bélica está no cardápio, tal qual foi cogitada poucas semanas atrás.
Embora os EUA tenham uma enorme dívida publica e a maioria de seus títulos
de dívida estejam nas mãos da China, setores do partido democrata defendem o
aumento da dívida para investir na chamada economia verde, o Grenn New Deal. Apesar
de compor a ala esquerda do partido Democrata, o Democratas Socialistas da América defende esta
bandeira. Nunca é demais lembrar que o New Deal original foi um plano de
recuperação capitalista da economia estadunidense após a crise de 29, que culminou
no esforço de guerra na década de 40.
Conseqüências para os povos
O crescimento dos grupos de extrema direita no mundo sempre esteve
ligado às crises econômicas, ao desemprego e à
desvalorização da mão de obra, que hoje atende pelo nome de uberização. Na fase
imperialista do capitalismo, onde não existem mais novos mercados para serem
conquistados, quando a taxa de lucro das grandes corporações tende a cair, a
única variável possível para o sistema sobreviver é o preço da mão-de-obra. Os
níveis de desregulamentação mundial chegam a padrões incríveis e os ataques são
liderados por diversos títeres como, no Brasil e na India,ou
mesmo nos EUA. Neste cenário
de ataques aos direitos trabalhistas, é fundamental o ataque às organizações
dos trabalhadores. Vivemos em uma época em que as organizações operárias, sejam
elas sindicais ou partidárias, não podem mais ser toleradas. A aplicação da
austeridade fiscal e desregulamentação trabalhista são inseparáveis da agenda
de perseguição contra as lideranças operárias.
O caso argentino
O presidente argentino Mauricio Macri é um retumbante fracasso.
Apresentado pela direita brasileira como
um exemplo a ser seguido, já há
quem justifique este fracasso pela ausência de rigidez contra os setores
oprimidos da sociedade, a exemplo do que faz Bolsonaro. A direita brasileira
tenta esconder a todo custo o desastre do modelo econômico da Argentina e
apresentar a Venezuela como um inferno na terra, se apoiando na
cantilena provocada crise humanitária.
Essa semana, Maduro acusou Álvaro Uribe,
ex-presidente da Colômbia, de planejar o seu assassinato. As mentiras contadas
pela direita não duram muito, pois os povos ainda resistem. Mesmo em um país
como a Argentina, onde a classe operária não tem uma representação política
própria, como o PT brasileiro.
A ditadura de 2016
O estrago causado pela ditadura que tem Bolsonaro como
cabeça merece um artigo a parte. Contudo, aqui merece destaque a mídia festejar
que a taxa de emprego oscilou dentro da margem de erro. Porém o verdadeiro
espírito da ditadura de 2016 é dado pelo CEO do ITAU. “As reformas deixam o Brasil
em uma situação tão boa como eu nunca vi em minha carreira”. E completa: “Estamos
otimistas com a economia em médio prazo e acreditamos que esse desenvolvimento
pode ser sustentável”. Sendo que o próprio ITAÚ está fazendo um Plano de
Demissão Voluntaria, por conta da digitalização, o que
mostra que seu lucro anual de 25 bilhões não
se reverte em novos empregos. O povo é atacado por todos os lados. No Rio, Witzel assume uma
verdadeira política de extermínio, matando a torto e a direito nas comunidades.
É a materialização local da guerra aos povos.
A Centralidade do Congresso do PT
Como disse o CEO do ITAÚ, a instabilidade política
até agora não atrapalhou a tramitação dos ataques ao povo trabalhador no Congresso.
No último dia 13 tivemos mais atos, grandes e bem sucedidos, contudo sem grande
impacto. Assim como a luta para libertar Lula também não tem surtido grande
efeito e a sua prisão política já completa 500 dias. Os fatos
mostram que a única coisa que eles realmente temem é o PT e isso é fácil
de mostrar, pois o nome de Lula não sai do debate político, a ponto
de ser um dos memes mais populares o famoso "Mas e o Lula ? E o PT?".
A questão central do momento é como canalizar essa força para mudar a situação.
Infelizmente, quando lemos as teses ao Congresso do PT, não vemos resoluções
que possam mudar alguma coisa. A maioria das teses parecem uma cópia das teses
de congressos anteriores, cheias de verborragia ideológica, mas pouco apegada
aos fatos mais recentes. A questão é que nos últimos anos o PT se afastou das
bases. A destruição dos núcleos, certamente uma imposição dos aliados patronais,
alijou a base da vida partidária e deixou o partido míope perante os problemas de
sua base, que hoje é perseguida pelas forças da repressão e constata que seu
partido não tem uma secretaria específica para defender seus militantes. Ainda
mais com a chegada das campanhas salariais das principais categorias agora no
segundo semestre. Precisamos imediatamente eleger Gleise e Wadih presidentes, reconstruir
os núcleos do partido nas bases e constituir uma secretaria de autodefesa que
atue contra toda perseguição política. Essa é certamente uma forma de ajudar na
luta contra o golpe.
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